Acidente Vascular Cerebral (AVC): o que fazer para evitá-lo? - Blog - Hospital Vera Cruz

27/10/2023

Acidente Vascular Cerebral (AVC): o que fazer para evitá-lo?

Você sabia que 01 a cada 04 pessoas terá um AVC ao longo da vida? Saiba reconhecê-lo, quais são os principais sintomas e o que fazer para evitá-lo.

 

Existem alguns problemas de saúde tão comuns, com índices de incidência tão altos, que todo mundo já ouviu falar deles. Mais que isso: possivelmente você conheça alguém bem próximo que conviva com algum desses problemas. Diabetes é um bom exemplo disso. Outro é o AVC – o tema de nossa conversa de hoje!

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Um problema mais que comum

De fato, o AVC é tão comum que é considerado uma epidemia global. Trata-se de uma das principais causas de mortes e incapacidade em todo o mundo. Aqui no país, apenas no primeiro semestre de 2022, todos os dias o AVC vitimou mais de 300 brasileiros.

“Todos os dias, o AVC vitimou mais de 300 brasileiros”

O problema não é de agora e deve aumentar nos próximos anos. Estimativas apontam que, a cada 04 pessoas acima de 25 anos, 01 terá um Acidente Vascular Cerebral ao longo da vida. Sabendo que o AVC pode causar sequelas, de leves até incapacitantes – ou até mesmo levar à morte – , o número potencial de afetados preocupa.

Em meio a tantos dados negativos, existe uma outra estatística, bem mais esperançosa e agradável: 90% dos casos de AVCs podem ser prevenidos.

Em celebração ao dia 29 de outubro, a data global de Combate e Prevenção ao AVC, vamos explicar o que é o AVC e, principalmente, focar nas maneiras como podemos evitar esse problema de saúde, reconhecendo seus sintomas com antecedência e ajudando quem já passou por ele a viver uma vida melhor e mais saudável.

 

Números do AVC no Brasil e no mundo

Aqui no Brasil, ao longo das últimas décadas, o AVC tem constantemente aparecido em primeiro ou segundo lugar na lista das principais causas de morte. No ano passado, consolidou-se na primeira posição, com a média superior a 12 óbitos por hora no país.

No mundo, ocorrem mais de 12 milhões de AVCs todos os anos – isso corresponde a 01 AVC a cada 03 segundos. 67% deles ocorrem em pessoas abaixo dos 70 anos, o que mostra que o AVC não é mais um problema apenas entre idosos. Mais de 16% dos casos ocorrem em adultos entre 15 e 49 anos.

Estima-se que 6.5 milhões de pessoas faleçam no mundo todos os anos por causa do AVC.

Hoje, existem mais de 100 milhões de ‘sobreviventes de AVCs’ em todo o mundo – 56% deles são mulheres. Esse número, felizmente, é o dobro do que era há 30 anos.

 

O que é o AVC?

Em termos simples, o Acidente Vascular Cerebral ocorre quando o sangue não consegue chegar a uma parte do cérebro. Sem receber nutrientes e oxigenação, as células dessa parte do cérebro afetada podem morrer, gerando danos permanentes. As partes do corpo que antes eram controladas por essas células que morreram podem passar a apresentar problemas severos de funcionamento.

O bloqueio ao fluxo sanguíneo pode acontecer basicamente por 02 motivos:

  • uma ruptura em uma artéria (causando hemorragia – este é o ‘AVC hemorrágico’) ou
  • um coágulo (que bloqueia a passagem do sangue – este é o ‘AVC isquêmico’).

Pesquisas apontam que +60% dos casos de AVC são de AVC isquêmico.

 

Como reconhecer um Acidente Vascular Cerebral?

O AVC pode aparecer a qualquer momento, tanto em pessoas com alta propensão quanto em pessoas aparentemente sem qualquer sintoma ou problema de saúde. Por isso, é importante saber reconhecer os seus sintomas.

Caso perceba que uma pessoa está tendo um AVC, seja veloz e procure cuidado médico imediato. Quanto menos tempo entre o AVC e o atendimento médico, maiores as chances de uma recuperação de sucesso.

Confira a seguir as principais características que você pode perceber em uma pessoa que está passando por um AVC:

BOCA: a ‘boca torta’ é um dos sintomas mais característicos do AVC. Caso suspeite de algo errado, peça para a pessoa sorrir. Se a boca estiver torta, procure ajuda médica rapidamente.

BRAÇO: pessoas que estão tendo um AVC perdem a força nos membros. Com isso, não consegue nem mesmo levantar os braços.

FALA: peça à pessoa para dizer alguma coisa – ou, ainda melhor, para cantar qualquer canção. Se a comunicação sair estranha, com dificuldades, procure ajuda.

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Não perca tempo!

Vale reforçar: ao perceber qualquer desses sintomas, chame a emergência médica.

Ainda é muito comum acontecer o seguinte cenário: uma pessoa sofre um AVC e quem está ao seu redor confunde os sintomas com outras coisas, como cansaço, tonturas ou questões similares. A vítima acaba sendo orientada a ir descansar; ninguém procura ajuda médica. Isso pode levar a sequelas gravíssimas – afinal, como vimos acima, o AVC ocorre porque uma região do cérebro não está sendo ‘alimentada’ corretamente, e isso não se resolve de forma espontânea.

Não perca tempo: ao perceber sintomas como os descritos acima, chame ajuda.

 

Complicações do AVC

O AVC não tratado pode ser fatal. Mesmo que exista suporte médico, o tempo entre a ocorrência e o atendimento é crucial para que os danos cerebrais sejam reduzidos ao máximo – o que pode ajudar, inclusive, para que novos AVCs não ocorram.

Algumas complicações comuns do AVC incluem:

Edema cerebral, que é um inchaço no cérebro que precisa ser tratado no hospital
Convulsões, causadas por desequilíbrios elétricos nas células cerebrais
Dificuldades cognitivas
Alterações de humor
Depressão
Incontinência urinária
Dores nos ombros
Dificuldades motoras (nas mãos e pulsos são bastante comuns)

Apesar de graves, existem tratamentos para todas essas complicações, envolvendo desde medicamentos à fisioterapia.

  

As melhores formas de prevenção

Atualmente, existe uma vasta literatura médica e científica sobre o AVC. Sabemos, por exemplo, que 90% dos casos estão relacionados a 10 fatores de risco. Caso esses fatores sejam bem controlados, as chances de se ter um AVC são amplamente reduzidas.

Conheça-os em detalhes a seguir.

 

Principais fatores de risco para o AVC (e seu peso nesse risco)

      • 56% dos AVCs estão relacionados à pressão alta
      • 31% dieta não-saudável
      • 24% ao sobrepeso
      • 20% glicemia alta
      • 20% poluição atmosférica
      • 18% fumo
      • 10% níveis altos de ‘colesterol ruim’
      • 8% disfunção renal
      • 6% consumo excessivo de álcool
      • 2% sedentarismo

(a soma das porcentagens é superior a 100% porque muitos desses fatores de risco se sobrepõe, como ‘dieta não-saudável’ e ‘sobrepeso’).

 

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre dois desses fatores de risco, sua influência na saúde e o que fazer para evitar que causem AVCs.

 

Para evitar um AVC, controle a pressão sanguínea

Como vimos acima, o AVC tem tudo a ver com circulação sanguínea. Qualquer fator que influencie nessa questão pode aumentar (ou reduzir) os riscos de AVC.

Um dos principais fatores de risco para o AVC é ter pressão alta – acredita-se que ao menos metade dos casos de AVC tem a ver com hipertensão.

Ao menos 50% das pessoas no mundo têm pressão alta – boa parte delas, inclusive, sem sintomas aparentes.

Existem ótimas notícias quando o assunto é prevenção: primeiro, o exame para detectar pressão alta é dos mais simples, rápidos e baratos de se fazer. Em segundo lugar, mesmo que você esteja com pressão alta, hoje em dia existem tratamentos que utilizam medicamentos de alta eficiência. E terceiro, há maneiras simples e práticas de se prevenir (ou reduzir) a pressão sanguínea.

Uma dessas maneiras supereficientes é praticar exercícios físicos. Qualquer quantidade de exercícios mais intensos já melhora a saúde geral. Mas sabe-se que apenas 30 minutinhos de atividades moderadas, 05 vezes por semana, já reduzem bastante os riscos de infartos, AVCs e de outras doenças – com essa quantidade de exercícios, os riscos se reduzem em até 25%.

 

Se a pessoa já teve um AVC, pode praticar atividades físicas?

Sim! Pesquisas mostram que há enormes benefícios na prática de atividades físicas para quem já teve um AVC. Atividades físicas regulares ajudam a prevenir novos AVCs, reduzem os riscos de desenvolver demência e, no geral, auxiliam tanto na recuperação do AVC quanto no bem-estar do corpo e da mente.

 

Além de se exercitar, existem outras formas de prevenir a hipertensão. Listamos, a seguir, uma lista de “evitáveis” – isto é, evitando-se os itens da lista abaixo, os riscos de hipertensão (e de AVC) são largamente reduzidos:

  • Estar acima do peso
  • Ter colesterol alto: saiba tudo sobre colesterol aqui
  • Beber muito álcool: além de aumentar a pressão, o consumo de álcool também gera problemas no ritmo do coração, o que aumenta os riscos de AVC
  • Fumar: a pressão sanguínea se eleva temporariamente enquanto você fuma, além de contribuir para gerar danos às artérias
  • Estresse: quem está estressado está com pressão alta – se esse estresse é vivenciado regularmente, pode haver danos às artérias.

Guia rápido sobre o colesterol: o que é, como age no corpo e os cuidados com o que comemos

 

Cigarro e o AVC

Como já discutimos aqui no Blog do Hospital Vera Cruz, fumar é um dos hábitos mais nocivos que existem para a saúde. A cada baforada, os milhares de componentes químicos de cada cigarro afetam diretamente o trato respiratório, mas acabam chegando, também, na corrente sanguínea. Com o tempo, as consequências deletérias são sentidas por todo o corpo.

Vimos como é importante parar de fumar se você deseja reduzir os riscos de um AVC. Dados da literatura médica mostram que pessoas que fumam 20 cigarros por dia, por exemplo, tem 6x mais chances de ter um AVC do que não-fumantes.

Existem alguns motivos para isso. Como vimos, o AVC tem tudo a ver com o fluxo de sangue para o cérebro. Qualquer coisa que atrapalhe esse fluxo – mesmo que indiretamente – pode influenciar os riscos de AVC. E qual seria a relação entre fumo e fluxo sanguíneo? Existem várias:

  • Dois dos principais componentes do cigarro são o monóxido de carbono e a nicotina. O monóxido de carbono reduz a quantidade de oxigênio no sangue, e a nicotina aumenta o ritmo cardíaco – ambos resultam em aumento na pressão.
  • Outros componentes químicos do cigarro aumentam as chances do aparecimento de coágulos.
  • Como se não bastasse, fumar reduz a quantidade do colesterol bom no sangue e aumenta o colesterol ruim, o que também impacta negativamente a saúde circulatória.

Brasil: cada vez menos fumantes e exemplo mundial no combate ao tabaco

 

O importante é estar atento ao AVC!

Apesar do AVC ser um dos problemas de saúde mais prevalentes em todo o mundo, a boa notícia é que é possível evitar que ele ocorra. Como vimos, 90% dos casos entram nessa categoria.

Quando seu médico alerta para a importância de manter bons hábitos de vida – isso é, seguir aqueles conselhos que todos sabemos serem bons, como se alimentar bem, manter o peso sob controle, exercitar-se, evitar excesso de álcool e de cigarros – é por um bom motivo. Ter uma vida mais saudável significa escapar de inúmeros problemas de saúde cujos riscos de surgimento aumentam com o passar dos anos – e o AVC é um deles.

De qualquer maneira, fique sempre atento(a) aos sintomas do AVC e caso perceba-os em alguém ao seu redor, seja muito veloz em chamar uma ambulância. Ainda há um número enorme de pessoas potencialmente vulneráveis ao AVC, e é nosso dever ajudá-las a sobreviver a esses episódios com o máximo de qualidade de vida.

 

 

PARA SABER MAIS

 

 

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